sexta-feira, 14 de outubro de 2011

   Quando uma relação larga o seu último suspiro cansado, as pessoas que são deixadas de novo sozinhas costumam dizer que sentem a falta de tudo, que não conseguiriam escolher aquilo de que mais sentem a falta. Eu consigo.
   Claro que tenho saudades do tudo, tenho saudades do teu toque, e tenho saudades dos teus lábios. Tenho saudades da forma como me apertavas contra ti e pousavas o teu queixo na minha cabeça.Tenho saudades das tardes passadas na sala a ver filmes atrás de filmes e das noites em que me levavas à praia. Tenho saudades da tua voz, da maneira especial como olhavas para mim, morro pelo cheiro que deixavas nas minhas roupas e no meu cabelo quando estavas comigo.
   Mas tenho sobretudo saudades da forma como me chamavas amor, sempre. O meu nome nos teus lábios parece errado, como se não me pertencesse. Beatrice soa pesado, alheio, quando é a tua voz que o profere. Amor, sim, é o nome com que tu me baptizaste, e pelo qual eu anseio sempre. Mas tu nunca mo  dás outra vez, nem por descuido.

2 comentários: